quarta-feira, 20 de maio de 2009

O meu EU realista

Há uns dias atrás, muitos me viam chorando, triste e calada. Eu chorava por alguém que nunca me deu valor, que nunca, se quer, fez algo incrível por mim.
Sempre fui uma garota muito sentimental. Por mais que eu não soubesse demonstrar meus sentimentos em forma de ação eu os mostrava em forma de poesias. Em forma de olhares.
Sempre fui pisoteada por todos.
Roubaram-me a felicidade, a paz, a esperança e sonhos construídos desde a minha infância.
Perdi a razão diversas vezes. Briguei de maneira que jamais imaginei brigar. Chorei de maneira intensa como havia me prometido jamais chorar.
Deixei de sorrir, deixei de sair e conhecer novas pessoas.
Passei a conhecer o lado negro da vida. O lado onde o mundo era cercado por água, mas água de lágrimas. Onde sonhos não existiam.
Olhares baixos e sem direção passei a ter. Em sonhos de contos de fada deixei de acreditar.
Não me perguntem quem sou, pois não saberia responder-lhes. Não sei qual é o verdadeiro eu em mim. E não busco o verdadeiro eu nos outros.
Não acredito quando me dizem como são, o que fazem ou o que não gostam, apenas espero o tempo passar e observo cada gesto ou olhar.
Mas ao passar do tempo deparei-me com a realidade, a verdadeira face da vida.
Vi o tempo que havia perdido. Vi o quanto amei e não fui amada. O quanto chorei e nem se quer um sorriso ganhei.
Desiludida? Não, apenas realista.
A vida ensinou-me muitas coisas e uma delas foi a valorizar quem me valoriza, a gostar de quem gosta de mim.
Roubaram-me, uma vez, a felicidade, a paz, os sonhos, mas há uma coisa que ninguém tomou de mim, a VIDA. E com ela tenho o poder de recomeçar. Claro que não recuperarei jamais o tempo perdido, mas seguirei não mais cometendo os mesmo erros.
Muitos, hoje, me julgam como uma pessoa que não sabe demonstrar seus sentimentos, mas foi o mundo que me fez assim. Porém, não nego que tenho um mundo só meu, onde posso revelar todos os meus segredos, onde posso ser eu mesma, seja eu uma pessoa fria, seja eu uma pessoa sentimental, chorona, sorridente ou poética. O que importa é que sou eu.
Só afirmo uma coisa: o mundo atual foi construído para os realistas.


Por Géssyca Maysa Diniz Teixeira

2 comentários:

  1. *.*

    Esse final parece comigo.. Não vou mentir.
    Adorei essa parte que vc escreveu:
    "Porém, não nego que tenho um mundo só meu (...) o mundo atual foi construído para os realistas."
    Não só concordo como há um tempo atrás,
    (cerca de três anos) escrevi isso também..
    Conhecidência, neh? huhuhu

    Beijooo

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  2. ka ka ka ka ka...que bom saber que escrevo e, mesmo sem saber, expresso não só os meus sentimentos, mas os de outras pessoas como você.
    A cada dia que passa maior é a minha certeza quanto ao que falei, ou melhor, escrevi. O mundo nos mostra cada vez mais que hoje não podemos expressar os nossos sentimentos ou o que pensamos sem que sejamos julgados. É preciso pensar, refletir diversas vezes antes de agir, assim posso dizer que ninguém mais é verdadeiro. A maioria das pessoas guardam um mundo só seu, um mundo onde elas são o que são e expressam o que sentem.
    Beijo

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