sábado, 26 de setembro de 2009

Insônia magníloqua

À noite, quando a brisa invade meu quarto, quando as estrelas se assemelham as luzes de Natal e o silêncio parece falar mais alto que quaisquer palavras, me desnorteio nas lembranças de um passado na qual o meu romantismo servia-me de alicerce. A Lua serve de satélite aos meus pensamentos. Os ruídos dos automóveis transtornados, se igualam a minha mente, sem saber onde estacionar e em busca de um atalho na estrada de uma vida ainda inexperiente. A ambiguidade do ambiente faz-me chorar por um amor ainda inexistente. O fechar do céu e o cair da chuva, após alguns instantes, lembram-me as lágrimas pretéritas que já derramei.
Noites claras, dias escuros, pensamentos atordoados. Ignorada é a minha imaginação.
Minha pele gelada e branca demonstra não gostar da solidão. Meus olhos, com pouca melanina, parecem cegos. Percebo, então, que mais uma noite se passou e fora curta o bastante para que ao menos eu chegasse a um metro de distância da minha cama. Uma insônia tanto quanto magníloqua diante da perturbação de não ter um amor para chamar de meu.



Por Géssyca Maysa Diniz Teixeira